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ANGOLA

TAAG com projecto para mais 27 aviões, 15 rotas e 57 frequências semanais

PLANO DE CURTO E MÉDIO PRAZO

A empresa já iniciou um programa de renovação da frota de médio prazo, até 2026, passando a operar 58 aeronaves, das quais 30 serão Airbus, que vão garantir uma parte significativa do transporte de passageiros. Os Boeing serão canalizados para o transporte de carga. 






A TAAG quer passar de 31 aviões que opera hoje para 58 aeronaves no final de 2026, com os Airbus 220 a ganharem uma importância maior na frota, mantendo, no entanto, os Boeings, como explica Ana Major, a PCA da companhia: "A TAAG vai apostar e de forma pioneira numa estratégia «multimarca» ao incorporar a Airbus na sua operação, juntamente com a Boeing e Dash. Temos uma frota muito envelhecida Boeing (e até os nossos passageiros sentem isso), razão pela qual é necessário preparar um phase out".

Neste plano prevê-se que em 2026 a companhia tenha 30 Airbus A220 fundamentalmente porque foi preciso pesar alguns factores na escolha. De acordo com o que o Expansão apurou, questões como as condições financeiras, onde se junta a não exigência de garantias do Estado, operacionalidade e eficiência do avião face ao projecto que se pretende, e a existência de contratos sobrefacturados com o fabricante americano, terão pesado na decisão.

Ana Major acrescenta ainda que "o modelo Airbus apresenta índices de economia de combustível muito interessantes reduzindo em boa medida o custo da operação, são igualmente modernos, com espaço de carga apreciável e têm entertainment funcional". Sobre a questão levantada pelo sindicato dos pilotos relativa á sua continuidade na empresa, acrescenta que "a TAAG celebrou um acordo comercial com a ALC (Air Lease Corporation) para a disponibilização de 6 aeronaves Airbus A220-300 com entregas faseadas a partir de Agosto de 2023. A operação dessas aeronaves Airbus A220-300 contará exclusivamente com pilotos e pessoal de cabine angolano, bem como, a gestão da manutenção será feita por equipas locais".

Acrescente-se que o aluguer feito em wet lease (com tripulação) dos 4 aviões da HIFLY que já estão em operação, teve a ver com a necessidade de rapidamente terem à disposição aparelhos para aproveitar o pico comercial de Verão que se vive na Europa e Estados Unidos. Daqui para a frente os contratos com estes aviões serão sem a tripulação, sendo os pilotos da TAAG a operar, estando previsto a formação dos mesmos para que o possam fazer. Inclusive, a companhia vai ter que contratar mais pilotos para cumprir este plano.

Hoje, o estado da frota é preocupante, pelo que a companhia teve que rapidamente avançar com um plano de manutenção e substituição dos aviões que existem. A frota média tem uma idade de mais de 10 anos, mas não foi devidamente mantida, não foram feitos investimentos na sua conservação e manutenção, e apesar de em termos dos ciclos e horas ser uma frota jovem, apresenta um envelhecimento que corresponde a 20/25 anos. As duas aeronaves de fuselagem larga, relativamente novas, pelos mesmos motivos mostram um envelhecimento de 10 anos ou mais. A isto junta-se o facto de um dos Dash 8, comprados recentemente, estar há meses em terra sem poder ser reparado.

Mas a situação complica-se ainda mais quando se percebeu que não há know-how de engenharia interno, nenhum sistema funcional, aprovisionamento, treinamento e nenhuma instalação adequada, que possa dar resposta a acções de manutenção em emergência. Também a companhia não tem um relacionamento fluído com os sistemas internacionais de OEMs, que garantem os sobresselentes e as peças originais, nem com os MROs, oficinas que garantem a revisão, manutenção e reparação das aeronaves. As dívidas elevadas também não ajudaram a recuperar esta ligação aos fornecedores. Na prática, os aviões foram tendo problemas, aqueles que era possível arranjar uma solução rápida, continuavam a voar, os outros, foram sendo encostados.

A TAAG tem também uma frota desequilibrada, muitos aviões grandes e poucas aeronaves médias, para o tipo de operação que se propõe (Hub & spokes), que são fundamentalmente voos de pequena e média distância, com muitas frequências e uma lotação que ronda os 200 lugares.

Acrescente-se também que em tempo de pandemia se abriu o segmento de carga, que ganhou maior importância para a companhia, o que obriga hoje a repensar a forma como será o negócio a curto e médio prazo. Também foi noticiado que há interesse da China em fazer do novo aeroporto de Luanda um hub importante de transporte de carga para o continente africano, o que é uma excelente oportunidade para a nossa companhia.

Apesar disto, a PCA da TAAG garante que "não vamos a abandonar actividade de transporte de passageiros, pelo contrário, a ideia é continuar a alimentar mais rotas e frequências, bem como aumentar a conectividade com o resto do mundo. Para isso contamos com o nosso pessoal de cabine e tripulação. Estão a decorrer negociações neste momento e oportunamente iremos comunicar sobre as novidades".

Mais rotas e frequências

No plano de desenvolvimento da companhia a curto prazo, até ao final do próximo ano a TAAG propõe-se abrir mais em termos internacionais mais 14 destinos e 37 frequências, sendo que no mercado doméstico, vai abrir a 23 de Setembro um novo destino Soyo (vai operar com 4 frequências semanais), e prevê para os próximos nove meses ter mais 20 frequências. Destas 7 serão para Cabinda, que ficará com 28 ligações a Luanda por semana, duas para o aeroporto da Catumbela, duas para o Lubango, duas para Ondijva, e mais uma para Dundo, Huambo e Namibe. Os outros destinos nacionais mantêm as mesmas frequências.

A grande aposta passa pela também pelo aumento das rotas, mas também das operações de code share com algumas companhias, de que são exemplo a Rwanda Air, Avianca, LATAM, GOL, etc. No que se refere aos novos destinos, a aposta nesta fase é o mercado africo, sendo que das 14 novas rotas, 10 são em para África - Abidjan (Costa do Marfim), Accra (Gana), Brazaville (Congo), Libreville (Gabão), Malabo (Guiné Equatorial), Nairobi (Quénia), Casablanca (Marrocos), Gaborone (Botswana), Harare (Zimbabwe) e Lusaka (Zâmbia). Hoje a TAAG já tem 7 rotas no continente para 6 países, pelo Luanda no final do próximo ano estará ligada directamente a 16 países africanos. Relativamente às frequências o plano prevê também aumentar mais 5 frequências para a África do Sul, ficando assim com 10 voos semanais para Joanesburgo e 7 para Cape Town.

Para fora do continente, a TAAG vai abrir as rotas para Havana (2 frequências), Miami (3 frequências), Guanghou (2 frequências) e Mumbai (3 frequências). Vai aumentar as frequências ara São Paulo, passa de 3 para 7, mais uma para Madrid, mantendo as 12 frequências semanais para Lisboa. No plano não está comtemplado a reabertura das ligações à cidade do Porto (Portugal) e ao Rio de Janeiro (Brasil), para onde a companhia voava antes da pandemia.

(Leia o artigo integral na edição 690 do Expansão, de sexta-feira, dia 2 de Setembrode 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)